Coastwatch

O Coastwatch é um projeto de âmbito europeu, que permite obter uma caracterização geral da faixa costeira, envolvendo inúmeros voluntários, individual ou em grupo (escolas, CNE, associações, ONGAs, famílias, amigos,….).

Pretende-se caracterizar, no Litoral, a Biodiversidade; a Zonação Costeira (zona entremarés, zona supratidal e zona interior contígua); Erosão Costeira; Resíduos; Contaminação; Pressões Antrópicas,…

Em Portugal, o Coastwatch desenvolve-se há 26 anos, e é coordenado pelo GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

“DESASTRE AMBIENTAL DO RIO POTENGI”




É com tamanha tristeza que venho a relatar um pouco do ‘ Desastroso Acidente Ambiental ocorrido no último dia 28/07/07 aqui nos Rios Jundiaí e Potengí”, junto à cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, matando mais de 40 toneladas de peixes, crustáceos, mariscos e muitas outras espécies que se reproduziam naquele estuário (moréias, arraias e aves), inviabilizando a pesca para toda a comunidade ribeirinha.
Como alguns dos colegas já tomaram ciência do ocorrido pela imprensa, reforço mais alguns detalhes do acidente: a situação hoje dos Rios Jundiaí e Potengí é sem dúvida gravíssima, pois tenho monitorado desde o acidente a tentativa de subida dos animais naquele estuário e lamento muito pela real ausência de vida que se encontra no Estuário do Potengí neste momento.
Em meu relatório como especialista naquele estuário, diagnostiquei vários crimes que afloram por todos os lados. Cito que os maiores poluidores são o Governo do Estado e a Companhia de Água e Esgoto – CAERN, lançando diariamente todos os seus efluentes, sem o devido tratamento, para o estuário e o mais grave é que tudo está amparado por lei.
As Imunizadoras Potiguar e Rio Grandense que fazem o papel da CAERN, têm Licença do Instituto de Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande do Norte – IDEMA, visto que toda a OUTORGA para tratar a água e os esgotos é da CAERN.
A Carcinicultura é uma das atividades que mais causa impacto no estado do Rio Grande do Norte, tomando toda a faixa do estuário do Rio Potengí. Agora essa atividade convive harmoniosamente com o órgão ambiental, que era para não conceder licenças e quando as concede caberia fiscalizar. Os carcinicultores são os donos do manguezal e nós ambientalistas ficamos amarrados a todas essas injustiças, pois a própria justiça que poderia fazer alguma coisa não cumpre com o seu papel.
O IDEMA concede autorizações sem critérios, deixando todas as áreas vulneráveis aos crimes e a natureza sempre pagando o preço mais alto. Penso que se todos nós nos unirmos, venceremos essa batalha que é, na verdade, parte de uma autêntica guerra !...
Confesso que minha luta tem sido árdua, sou neste momento uma andorinha solitária, pois o povo tem medo de falar e peço ajuda a todos que divulguem essa injustiça ambiental e social. O dia 28 de Julho jamais irei esquecê-lo, só não morreram muitas outras pessoas porque cheguei a tempo, avisando a todos os pescadores do risco de comerem aquele pescado. Confesso que não cheguei a tempo para salvar o pescador Francisco e a senhora Damiana que perdera sua filha ainda em seu ventre.
Ressalto ainda que o saldo é doloroso, porque o governo faz vista grossa e ainda nada fez por aquelas pessoas. Os pescadores perderam a vontade de viver, andam agora a mendigar pelas ruas e isso é que precisa ser visto pelas autoridades do mundo inteiro, não só do Brasil. Eu, juntamente com a colônia dos pescadores estou coletando assinaturas para um Abaixo - Assinado na luta contra os poluidores, pois os pescadores só acreditam em mim e no presidente da colônia.


Este Post é da responsabilidade da autora: Rose Dantas - Bióloga