Francisco Andrade e Maria Adelaide Ferreira
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa/Instituto do Mar
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa/Instituto do Mar
Nazaré, 28 de Setembro de 2007
As praias arenosas são ambientes dinâmicos que passam naturalmente por ciclos de crescimento/emagrecimento (acreção/erosão). O levantamento do perfil de praia – uma imagem, em corte, da praia – num mesmo local e ao longo do tempo, permite perceber a evolução da praia e eventuais tendências de acreção/erosão.
O workshop sobre perfis de praia começou por uma introdução teórico-prática durante a qual se discutiu brevemente a informação ambiental que a leitura de perfis de praia pode fornecer, apresentou-se um método simples para o seu levantamento e o seu fundamento teórico e procedeu-se à montagem de um perfilador. Seguiu-se a parte prática, na praia do Salgado, onde os participantes efectuaram o levantamento de um perfil ancorado num ponto de fácil reconhecimento – uma floreira, perto do parque de estacionamento.
O workshop sobre perfis de praia começou por uma introdução teórico-prática durante a qual se discutiu brevemente a informação ambiental que a leitura de perfis de praia pode fornecer, apresentou-se um método simples para o seu levantamento e o seu fundamento teórico e procedeu-se à montagem de um perfilador. Seguiu-se a parte prática, na praia do Salgado, onde os participantes efectuaram o levantamento de um perfil ancorado num ponto de fácil reconhecimento – uma floreira, perto do parque de estacionamento.
Na figura 1 encontra-se a restituição do perfil levantado. A cheio, os dados brutos, representando o troço efectuado, de quase 130 metros, compreendendo um desnível, entre a âncora e o mar, de mais de 7 metros.
Para tentar aproximar este perfil do zero hidrográfico (ZH), o nível de referência para toda a costa continental portuguesa, realizou-se um pequeno exercício teórico, considerando que o perfil terminou ao nível do mar (aproximadamente, dado que a ondulação tanto cobria como descobria a área do final do levantamento) e calculando, a partir das fórmulas fornecidas pelo Instituto Hidrográfico (IH), o nível do mar relativo ao ZH à hora do fim do perfil. Assim, com as previsões do IH para o porto de Peniche (o local mais próximo da Nazaré para onde existem previsões de maré), especificamente o nível e hora da preia-mar anterior e da baixa-mar seguinte à hora do final do levantamento – 18h00 – obteve-se um nível do mar de 3.44 metros acima do ZH. Esse valor foi adicionado ao desnível total, tendo-se obtido um nível aproximado para a âncora do perfil de cerca de 10.5 metros acima do ZH (perfil a tracejado).
A praia apresenta um elevado pendor, indicador de alta energia – perfil reflectivo – e apresenta também duas bermas (assinaladas com setas na figura) que podem corresponder a diferentes intensidades de ondulação incidente ou diferentes alturas do ano. A berma superior será criada pelo quebrar e espalhar de ondulação de mais alta energia ao passo que a berma inferior resultará de situações semelhantes mas com menos energia – eventualmente, situações de Inverno/Verão, respectivamente.
Para tentar aproximar este perfil do zero hidrográfico (ZH), o nível de referência para toda a costa continental portuguesa, realizou-se um pequeno exercício teórico, considerando que o perfil terminou ao nível do mar (aproximadamente, dado que a ondulação tanto cobria como descobria a área do final do levantamento) e calculando, a partir das fórmulas fornecidas pelo Instituto Hidrográfico (IH), o nível do mar relativo ao ZH à hora do fim do perfil. Assim, com as previsões do IH para o porto de Peniche (o local mais próximo da Nazaré para onde existem previsões de maré), especificamente o nível e hora da preia-mar anterior e da baixa-mar seguinte à hora do final do levantamento – 18h00 – obteve-se um nível do mar de 3.44 metros acima do ZH. Esse valor foi adicionado ao desnível total, tendo-se obtido um nível aproximado para a âncora do perfil de cerca de 10.5 metros acima do ZH (perfil a tracejado).
A praia apresenta um elevado pendor, indicador de alta energia – perfil reflectivo – e apresenta também duas bermas (assinaladas com setas na figura) que podem corresponder a diferentes intensidades de ondulação incidente ou diferentes alturas do ano. A berma superior será criada pelo quebrar e espalhar de ondulação de mais alta energia ao passo que a berma inferior resultará de situações semelhantes mas com menos energia – eventualmente, situações de Inverno/Verão, respectivamente.
Figura 1 – Perfil da Praia do Salgado, Nazaré.
Nota: O perfilador montado durante o workshop foi oferecido aos participantes do Forpescas.
